sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A AGONIA DO 4 DE SETEMBRO - FINAL

             O Theatro 4 de Setembro, monumento simbolo da cultura piauiense, tombado pelo patrimônio artistico do Estado, está se deteriorando e desabando, sem que o governo do Estado, a elite empresarial e a própria sociedade tomem conhecimento, como a dizerem que nada daquilo interessa, e que os artistas não merecem credibilidade, e nem produzem para a sociedade, portanto, que se danem. Quando colocamos que a inexistenia de uma politica cultural para o Estado parece uma coisa deliberada é porque o governo tem conhecimento da situação, constrange-se com ela, mas faz olhos de mercador, ou lava as mãos como Pilatos. Porque queiramos ou não, é no Theatro 4 de Setembro onde a cultura se espelha, onde persiste a resistência e onde se ousa mostrar e criação. Isso serve para as artes plásticas, a danaça, a música, o teatro e qualquer tipo de expressão.

              Anestesiados num processo violento que inclui uma politica local nefasta, os artistas ficam a espreita, com os olhos na fresta, sempre esperando por eleições onde se alternam no poder grupos da elite, na esperança de mudanças na área cultural. Mero devaneio de uma classe enfraquecida por um mercado de trabalho inexistente, onde a noite teresinense neterra músicos e cantores; onde muitos artistas estão nos orgãos públicos batendo ponto. Esse olhar na fresta impede uma discussão mais ampla, um enfrentamento d situação caótica permanente em que o Estado coloca a cultura.  Se a classe artistica se divide entre vários grupos politicos, que por ventura venham a governar o Estado,  á cata de favorecimento cada um com seus projetos individuais, essa classe vira curriola, joguete. Talvez por isso a falta de respeito com o artista, o orgulho e a admiração pelo seu fazer. Sem contar que a divisão,muitas vezes, gera brigas, desavenças, tudo pela ilusão  do poder de barganha.

           Esse perfil que traçamos pode ser cruel, mas pode ser verdadeiro, basta se ver a passividade da classe artistica, que não instiga, não esperneia, não exige, pelo contrário. Qual a herança cultural deixada aos novos talentos? Talvez a herança da alienação. Na semana deaniversário do Theatro 4 de Setembro seria bom momento para a reflexão, para o ajuntamento, para a ousadia.é impossivel assistir-se ao desmoronamento de um espaço vital para a arte e a cultura piauiense. Não existe essa do governo não poder pagar seiquer a elaboração de um projeto estrutural para a reforma da casa  ou nem possa entrar com contrapartida com o governo federal. Fica-se, então, de raços cruzados? Existem empresários sensíveis as questões cullturais, assim como existem artistas que não se preocupam com a  questão, por considerarem que já atingiram os portais da fama, numa terra onde fama se parece com noticia de jornal passado. é estranho isso. Não se coloca aqui o caso atipico do humorista João Claudio, alavancado no sul do país com seu talento,claro,  tendo antes a ajuda do governo do Estado. Nesse sentido, o mesmo governo do Estado poderia se empenhar e ajudar os inúmeros talentos que também estão a espera de uma mãezinha. Mas a Fundação Cultural do estado sofre uma fala cronica de recursos.

           Para nós com esse papel de articulador, um tanto antipático, por razões claras, ficamos engasgados com todas essas questões postas. Muitos dirão que vivemos em um mar de rosas. Para nós, essas opiniões parecem galhordas nesse momento. Ao dizer ao contrário, nós estamos demonstrando responsabilidade  com a dinamica cultural.

            Muitas situações locais se remetem a própria condição do país, mas um projeto cultural para o estado do Piauí há muito é alamejado, e o estado não pode ficar eternamente a reboque de outras situações. Fala-se no Estado em mudança de tudo,menos de olhar para a cultura.Claro, o Estado não pode ser sempre o grande o pa, mas sem dúvida tem responsabilidades na condução do processo cultural.O que estamos vivendo agora é uma situação criada por falta de uma estratégica lá detrás com a cultura. Mas tudo pode ser sanado. o Theatro 4 de Setembro na semana em que comemora aniversário merece mais do que uma festa. Merece continuar de pé.

                  

Nenhum comentário: