segunda-feira, 25 de novembro de 2019

FUNÇÃO CULTURAL DO ESTADO.


                           Artigo publicado no Jornal  O Estado, 26.07.1985.



           Participamos pelo Brasil seja em foruns, congressos, seminários e encontros, de amplos debates sobre as artes cênicas brasileira. Constatamos que pouco existe de novo. A dita nova república pouco alterou o quadro cultural. é verdade que temos um Ministério da Cultura, mas ele surgiu de forma ainda   vertical quanto qualquer outra mudança conquistada pela classe durante o governo passado, mesmo com a participação de artistas.
            Vamos colocar o seguinte quadro, como pensamos:
             O Estado; Sua Função Cultural.
             Usa a colonização cultural em todos os niveis, do exterior contra o nacional, do eixo Rio/ São Paulo contra o resto do pais, principalmente o Nordeste; das demais capitais contra o interior, de regiões contra regioes negando, inclusive, o pluralismo e a diversidade cultural.Com o dinheiro público o Estado divide, enfraquece e tenta impedir a articulação das entidades representativas, buscando desta forma evitar contestações, o posicionamento critico, evitar o questionamento ao Estado e manipular, principalmente, a cultura popular, prostituindo-a. O Estado tenta, através de seus mecanismos, transforma-nos em reprodutores do seu discurso ideologico, levando-ns á conradição, a desarticulação e a indigência cultural.
           O Estado; Seus Organismos Culturais:
            Em sua estrutura o Estado é cheio de empreguismos na área cultural, clientelismo,personalismo, mesmo quando algum partido, antes de chegar ao poder, reuna as categorias artisticas com intenção de ouvi-la a fim de traçar algum plano cultural.No poder não executa, recria os mesmos mecanismos de dominação e de manipulação cultural. Os dirigentes culturais de orgãos do Estado, agem verticalmente como braço manipulador daquele e não como captador dos anseios e viabilizador das necessidades dos agentes civis na  ´área da cultura, principalmente do teatro. Cooptam o individuo,levando-o a negar seus compromissos. sugam o novo, mantendo como privilegio seu a dinamica e a capacidade criadora, jogando-os fora como coisa velha,  depois de mastigá-lo. Condicionam seu apoio, liberando verbas e dando cargos a capitulação politica, por que detem os conhecimentos da máquina estatal. Poucos mostram algo novo, e poucos deixam de reproduzir uma prática autoritaria, chegando ao maximo ao populismo.
           O Estado: Sua Ligação Com as Artes Cênicas, Momento Atual.
            Tentam estabelecer uma barganha com o poder, para legitimar a ação do Estado. E aqui estamos colocando Estado como um todo. Desta forma, tentam tornar entidades e individuos coniventes com as práticas arbitrarias, e com o próprio gerenciamento da crise eterna do setor. tentammanter entidades sob dominios, sob a ameaça constante de destrui-las. Sendo assim, aprofundam as divisões entre trabalhadores da culturra, produtores culturais,levando-os ao uma visão equivocada da função de cada um na sociedade, acirrando embates superficiais e proporcionando o escamoteamento da questão real da discussão cultural.
             Portanto, como vimos, se temos conquistas, que muitos artistas acham maravilhosas, no momento, elas tem o poder tão somente de cooptar, de enfraquecer, de fazer calar a rebeldia tão caracteristica do teatro.