quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

LUCY VANESS, UMA HISTÓRIA - III


                O restante da noite com Lúcia Antonia, a Lucy Vaness foi indescritivel! Onde foi que aquela criatura tinha aprendido tudo aquilo em matéria de sexo? Fique simplesmente mudo todo o tempo em que ela explorava meu corpo minuciosamente, as vezes com as mãos, as vezes com os dedos, as vezes com a língua. Devo ter desmaiado de prazer, devo não, desmaiei mesmo. Acordei com o sol alto.
               A primeira pessoa que vi ao sair do quarto de Lucy foi seu pai, supunha eu. Fiquei sem jeito.
               - Bom dia, eu sou o...
               - Já sei quem é o senhor, moço. É amigo de minha filha. Sou o Deodato.
               - Seu Deodato, muito prazer.
               - Pode me chamar de Deo. Tome acento que Miquilina estava só esperando o senhor pra servir o café.
               - Não precisava se incomodar...
                 Antes que eu terminasse a frase adentra na sala dona Miquilina, com uma bandeja cheia de iguarias. 
              - Bom dia, moço - Ela colocou as coisas sobre a mesa - Lúcia Antonia saiu foi cedo, mas recomendou o senhor. Pediu para o senhor esperar ela.
               - Esperar ela?...
               - Pra resolver tudo logo de uma vez, certo.
               - Resolver?...
              Eu devia estar muito assustado. Devia era coisa pouca, estava me tremendo dos pés a cabeça.
               - O moço num quer sentar? Tomar café? Lúcia Antonia saiu com o seu noivo, doutor Ambrósio.
                Devo ter ficado, além de tudo, branco. Ela saiu com o noivo e mandou que eu a esperasse!A vontade foi de sumir dali.
                - Num se assuste, não, viu. Do jeito que as coisas estão, pior num pode ficar - Disse Dona Miquilina segura de si.
                 - Como assim?...
                 - O senhor só escapa dessa casando com minha filha, viu. E ainda, tomando o caminho de onde veio e levando ela também - Completou ela - Mas isso o senhor já deve saber.
                 - Como assim? Mas isso não pode ser!... Eu conheci Lúcia ontem...
             - Minha filha já contou tudo o que aconteceu entre vocês. Portanto, a única saída é o casamento mesmo.
                 Seu Deodato se mantinha calado como um túmulo.
               - Mas o noivo dela, o doutor!...
                 Dona Miquilina continuou:
               - Esse só quer usar Lúcia Antonia. 'Tá com uns cinco anos fazendo dela mulher, desde que tirou sua virgindade.
               - Tirou sua virgindade!... Lúcia Antonia é uma moça...
           - Pura?- Cortou dona Miquilina -  É o que todo mundo sabe, por exigência do doutor Ambrósio. 
                 Seu Deodato tomou a palavra.
               - O certo moço é que todo mundo neste chão já deve saber da sua história e de minha filha.E aqueles que ainda não sabem a própria Lúcia Antonia já deve estar tratando de espalhar. Afinal de contas, foi a primeira coisa que ela disse hoje pra mim e pra Miquilina, que o senhor prometeu casar com ela. 
                Eu prometi casar com Lúcia Antonia? Quando? Aquelas alturas eu já não sabia mais de nada. Precisava colocar juízo na cabeça, acertar os ponteiros direitinho.
            - Tome seu café, moço. Lúcia Antonia deve estar chegando. 
              Olhei para aquele casal e senti que tinha caído numa armadilha. Precisava recuperar as forças, a coragem e o próprio juízo. Sim, eu ia esperar Lúcia Antonia e enfrentar de peito aberto aquela situação.