sábado, 9 de dezembro de 2023

TEMPO DE CONTAR 6

            A bebida da moda entre a turma era o uisque Royal Label, uma cachaça melhorada da época, forte para caralho! Um litro já bastava para três quatro de nós. Naquele meio dos anos de 1970, todos beirando os 16 ou 18 anos não existia porteira. A liberdade era total, ou se não era a gente fazia ser. 

            As saídas eram dias de sábados. O meio de semana era estudo e trabalho com afinco, trabalho para aqueles que trabalhavam. As saídas eram planejadas e marcadas com antecedência. Isso para não ter surpresa, e também para garantir o uisque e os acessórios, que geralmente eram Latas de Kitut, Salsichas enlatadas e Azeitonas. Nunca entendi ´porque não havia queijo, enfim. 

             Nada de namoradinhas naquelas saídas. Para aqueles que tinham uma, o jeito era dispensar naquela noite. As vezes não era fácil explicar! Porque não podiam sair com a turma? O que havia de tão importante nesses encontros? Simplesmente nada, só bebidas e papo de homem. Opa, melhor dizendo papo de jovens! Mas também não era bem assim! Nas saídas podia acontecer de tudo, e a busca era infernal para que acontecesse. Então, a companhia das garotas não era uma boa.

              Era muito simples. Um de nós levava as bebidas e os tira-gostos e outro levava o gravador e fitas cassete, tudo em mochilas. As vezes traçavamos os percursos outras vezes não, deixava-se ir. Parava em algum lugar e tome uisque com tira-gosto. Uma festa.

                Como todos morávamos na zona norte o percurso era a zona sul. O encontro era no bar do mil reis, Coelho de Resende com Amazonas, jogávamos um pouco de sinuca bebendo Montila com Coca-Cola e depois o mundo da noite. Coelho de Resende, Frei Serafim, Praça Pedro II, Primeiro de Maio, José dos Santos e Silva, Barão de Gurguéia e por ai vai. A noite era nossa. e só terminava com os raios do sol. O que fazíamos na noite? É outra história.