quarta-feira, 22 de março de 2023

REVIVER CARNAVAL PARTE III

                                                   A FALA DO SENHOR MARCOS PEIXOTO.


              - Eu gostaria primeiro de lhe falar que a Micarina é o evento mais democrático que existe em Teresina. Cinco mil pessoas pagam para que duzentos mil brinquem. Cinco mil pessoas, lógico que essas pessoas por pagarem, elas tem uma aproximação maior com o trio eletrico, tem o carro de apoio e o cordão de isolamento. No entanto, todo o resto, que e chamado de pipoca, vai fora da corda, brinca do mesmo jeito, acompanha os blocos , e a micarina sempre teve a preocupação de após os desfiles dos blocos colocar uma banda local com o trio eletrico para puxar o que nós chamamos de pipoca.

             Com relação ao compromisso cultural, eu concordo com você, realmente não está existindo, mas isso não é só aqui, está acontecendo em quase todos os locais do pais. Em alguns locais, de uma maneira mais forte , como em Recife, não pelo decreto do prefeito, que não poderia tocar música baiana, e sim porque as pessoas que fazem a cultura do Recife lutaram muito e estão utilizando a tecnologia do trio eletrico, mas estão tocando o ritmo pernambucano. E o bloco da micarina fez isso muito bem, trouxe o Mastruz Com Leite, que é o forró a música da nossa região, o Bloco Amor Que Fica trouxe essa banda. Nós que realizamos a Micarina, resolvemos investir mais cumprindo isso que você cobrou da gente. Nós vamos realizar este ano O Jegue Eletrico, o Arráia da Capitá, até atendendo a uma solicitação do prefeito Firmino Filho, cobrando da gente, já que Teresina precisa de eventos para que a gente possa incentivar mais o turismo.

            Então, neste ano nós já estamos trabalhando em cima do projeto, nós vamos ter o Arraiá da Capitá e o Jegue Eletrico. Vamos colocar forró no trio eletrico e amplificar o som do forró para todo mundo. E você me pergunta, qual o modelo do carnaval de Teresina? E eu te digo que não sei. estou junto com todos vocês para que a gente possa buscar. Mas acredito que temos que encontrar o nosso modelo próprio que não seja a imitação o baiano e nem seja a imitação do carioca, com certeza, eu acho que nós temos que buscar isso.

sexta-feira, 3 de março de 2023

REVIVER CRNAVAL - PARTE II

             Uma outra colocação que eu faço para o Marcos é a seguinte: a Micarina, carnaval fora de época, e eu não sou contra a Micarina, muito pelo contrário, as colocações feitas por ele foram perfeitas, pois trás divisas , turismo. Agora eu acho que a Micarina, ela acaba com a identidade cultural local, ela extermina a identidade cultural local por que ela se reduz ao axé music. Você não ve uma banda local, se há, passa despercebida, enquanto que toda identidade cultural é baiana e toda ela é trabalhada em cima do mesmo ritmo carnavalesco baiano. Acho que a Micarina teria que reverter um pouco essa identidade para que a gente pudesse também procurar a identidade cultural do Piauí, nesse sentido ai, porque senão se tornar até uma coisa imperialista. 

             A partir dessa mudança de comportamento do carnaval, ter um padrão que diz respeito ao nosso local, a nossa especificidade, aliás a Micarina é discriminatória, porque é a partir da compra de abadá que o sujeito vai dançar! É discriminatória nesse sentido. Não existe nenhum sentido o Bloco do Itararé ir para a Micarina, por que ele pertence a sua identidade cultural. Eu diria o seguinte: quem compra um abadá tem segurança , quem não compra leva porrada. Eu já vi isso, fui para a Micarina e sei disso, quer dizer, se você fica fora do ciclo da Micarina, você é um esquecido. Você não esta lá brincando, está vendo quem está brincando. Pois nesse sentido quem produz a Micarina teria muito que contribuir com esse reviver carnaval do carnaval de Teresina.

            A minha pergunta dirigida ao Marcos seria a seguinte, na sua visão, que é um produtor de markentig, qual o modelo do carnaval de Teresina a seguir? O que está faltando para que o carnaval de Teresina reviva, qual a identidade desse carnaval? Será que nós vamos seguir o modelo carioca, o modelo baiano que é que nos estão empurrando mais ou menos.

           A pergunta ao Galba é a seguinte: Você produziu divinamente a Banda Bandida, que ria saber se você teve medo de transformar a Banda Bandida numa escola de samba? E qual foi a causa que deu uma parada na Banda, porque eu não acredito que tenha sido só uma questão de segurança. Eram essas as duas colocações que eu queria fazer para os dois.