quarta-feira, 19 de maio de 2021

A IMPLANTAÇÃO DA LEI A. TITO FILHO

             Umas das maiores preocupações da equipe da Fundação Cultural Monsenhor Chaves/PMT era a operacionalização da Lei A. Tito Filho. Recebida com grande expectativa pelos artistas e produtores culturais, todos queriam ver na prática seus resultados. A principio, todos eram unânimes. Se a Lei era mecenato e o artista precisava ir atrás do patrocínio, os empresários precisam saber da sua existência, e de como contribuir. 

                Portanto, explicar a Lei era uma tarefa urgente. Muitos encontros foram feitos, reuniões, entrevistas, mesmo assim parecia não ser suficiente, e não era mesmo, pois se tratava de uma coisa nova em Teresina. E, pior ainda, a relação artista e produtor x empresas patrocinadoras da cultura no Piauí nunca fora uma relação sadia. Por isso, os artistas ficavam sempre com um pé atrás se a Lei ia dar certo ou não. Lembro que outro problema, esse mais doméstico, era a dificuldade dos artistas em formatar seus projetos, apesar de existir um formulário rmuito simples. essa tarefa junto a muitos artistas tomei pra mim e, através do Departamento de Arte, ajudávamos a preencher formulários por aqueles artistas que procuravam ajuda. Tempos depois fui acusado de estar me beneficiando da lei.

               Como o professor Wall Ferraz era muito preocupado no resultado de tudo, ficava em cima, perguntando se a Lei estava dando certo. Dessa forma, veio o primeiro exemplo do uso da Lei A. Tito Filho, feito pela própria Fundação, pois a Lei não proibia,  quando foi lançado o livro "Dicionário Histórico e Geográfico Piauiense", um catatau de quase 700 páginas, de autoria do escrito Claudio Bastos. Um livro fantástico. A patrocinadora foi a Gráfica Halley, do Grupo Claudino. Se não me engano dois mil exemplares. Uma festa para a Fundação. A Lei dava certo, sim.

                 Muitas discussões surgiam na classe artistica. A lei só beneficiava aqueles artistas conhecidos; Que a Lei continuava burocrática demais; Que a Prefeitura não tinha uma relação clara dos repasses aos patrocinadores que aplicavam na lei. E por aí vai. Mas a verdade é que a Lei A. Tito Filho funcionou muito bem durante muito tempo, gerando um enorme desenvolvimento cultural em Teresina. O teatro, a dança, a literatura, a música, eventos culturais, todos foram beneficiados. Quando a politica começou a interferir na lei, começaram a aparecer as dificuldades da Lei. Mas essa é outra história..