O 4º Festival Nacional de Teatro Pontos de Cultura e Grupos Independentes, aconteceu no período de 23 a 27 de setembro último, na aprazível e acolhedora cidade de Floriano, no Piauí, numa promoção do Grupo Escândalo Legalizado de Teatro - ESCALET. O Festival demonstrou, entre outras coisas, o amadurecimento e o profissionalismo das pessoas que estavam a frente do evento.
Foram 12 estados da Federação presente com mais de vinte espetáculos divididos nas categorias, adulto, monólogos, infantil e de rua, que inundaram a cidade durante cinco dias, e fizeram a alegria dos espectadores e apreciadores do teatro de uma forma surpreendente, com os espaços - Teatro Cidade Cenográfica e Teatro Maria Bonita sempre lotados. As oficinas, palestras e workshops realizados durante o festival abordaram diversos temas, como dramaturgia corporal, contação de histórias, oficinas de palhaços e teatro de rua despertando o interesse daqueles que queriam se aventurar nas artes cênicas ou mesmo capacitando os já iniciados nesta área. Quanto aos homenageados, nada mais justo, pois tanto o ator e homem de teatro Rosivaldo Olivetto como Fábio Novo se identificam profundamente com o fazer artistíco-cultural.
Em relação aos espetáculos, nós que participamos do júri nas categorias adulto e monólogos, assistimos com muita atenção as apresentações em todas as categorias e, desta forma, podemos dizer que vimos um universo muito grande de montagens abordando vários temas, e que deram para fazer um juízo, ainda que muito superficial, do que está se fazendo ou se propondo em termos de dramaturgia no cenário brasileiro. Afinal de contas, tivemos grupos que vieram de Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas Gerais e Maranhão, retrato significativo das artes cênicas no Brasil.
Em relação as oficinas e workshops verificamos muita prática e pouca teoria, neste sentido, e aqui não vai nenhuma critica, ficou faltando um pouco de comentário, de debate, de conversa sobre os espetáculos- sua dramaturgia, concepção, vivência do grupo. A sensação que a gente teve é que tudo está as mil maravilhas, por que todos aplaudem efusivamente todos os espetáculos, sem restrições, quando sabemos que não é bem assim. Dessa forma, infelizmente o papel antipático fica com o júri. Portanto, fica como dica.
Quando colocamos profissionalismo e maturidade na realização do Festival, é por que acompanhamos o trabalho do grupo Escalet há muito tempo e sabemos do esforço e da dureza que é chegar onde o grupo se coloca hoje no panorama da cultura piauiense. Floriano e seus habitantes devem ter orgulho desse grupo, e as autoridades do setor cultural têm a responsabilidade de manter essa chama, para o bem dos que apreciam o palco como vetor cultural, para o bem do próprio teatro e de todos aqueles que comungam e vivem o seu dia a dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário