terça-feira, 2 de março de 2021

O CINE - REX E A CONFRARIA DOS ASSASSINOS - FINAL

              A  festa no sitio, além de contar com um grupo musical pé de serra, tinha uma dupla de violeiros cantando loas ao Capitão. Por mais absurdo que possa parecer, o homem acostumado a torturar, queimar vivo, arrancar os olhos e degolar seus desafetos, gostava das coisas simples de sua terra. A comemoração foi longa, e se estendeu ao inferninho que Marquinho Lio mais gostava, o Verdurinha. O novo membro do crime organizado da cidade de Teresina, podia andar livre e fagueiro acobertado e gozando da proteção de seus pares.

                Na Confraria dos Assassinos do Cine-Rex não era mais novidade que Marquino Lio , o Leãozinho, agora fazia parte da organização do Capitão Cardoso, coisa que muitos assassinos e estupradores eram loucos para pertencer mas não conseguiam. Portanto, a fama de Marquinho Lio subiu no concerto de cadaa bandido da Confraria., gerando  uma certa inveja do Leãozinho. 

             - Conhece esse Marquinho Lio de perto? Perguntava o Piitombeira, um assassino de sangue frio sentado na quinta fileira de cadeiras do Cine-Rex.

             - o Leãzinho? Vai me dizer que num conhece! o cara é foda! Respondia o companheiro ao lado, com os olhos na tela e os ouvidos ligados.

              Marquinho Lio passou a executar as ordens mais severas e cruéis do Capitão Cardoso. O que Marquinho fazia com gosto era matar. Sem antes torturar e quebrar os ossos de algum infeliz que não pagava o que devia ao Capitão. E assim o garoto ia subindo cada vez mais no conceito e na hierarquia do crime organizado. E assim, também, ia construindo uma teia de ciúmes no seio da organização criminosa.

                O rapaz só atendia diretamente ao Capitão. E o capitão o alçou  ao posto de número dois na organização, abaixo apenas de Costa Manso. Com isso Marquinho Lio passou a exibir ares de grandeza, e começou a fazer algumas estripulias por conta própria. O Leãozinho começou a criar asas.

                   De  inicio, eram chantagens em nome do Capitão Cardoso e da organização. Os alvos eram os prefeitos do interior, endividados na agiotagem. Pequenos empresários também começaram a sofrer ameaças em nome de uma suposta segurança do crime organizado. Nos inferninhos e cabarés da cidade, o Leãozinho ostentava. Muitas vezes mandava fechar os ambientes e pagava bebidas e mulheres para os frequentadores. Aos poucos tudo foi chegando aos ouvidos do Capitão Cardoso, até a cota de paciência do homem estourar.

                  - Chegou a hora Costa Manso. Pode acabar com a farra do Leãozinho - Depois acrescentou - Ah, e quero que tudo sirva de exemplo.

                      Costa Manso e mais dois comparsas bateram a prta de Marquinho Lio antes do dia escurecer de vez. Nem deu tempo de Marquinho Lio se assustar, pois Costa Manso nunca pisara o portal de sua casa. Dali Leãozinho foi levado para a zona rural da cidade, mesmo local que tantas vezes ele próprio torturou e matou muita gente. O corpo de Marquinho Lio, o Leãozinho, foi encontrado pela polícia, e ao lado sua cabeça com os olhos furados, braços e pernas quebradas. 

                 Na Confraria dos Assassinos do Cine - Rex o que comentavam era de que ninguém podia ser maior do que o Capitão Cardoso, comandante supremo do crime organizado da cidade. 

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