sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

UMA IDENTIDADE CULTURAL FRAGILIZADA.


       Mas uma vez vamos abordar o tema da identidade cultural do Piauí. Falar em raízes, herança, identidade cultural ou mesmo em cultura regional, em tempo de mundialização das coisas, parece ultrapassado. Mas não esqueçamos que o que se passa em nossos quintais, e expressa nossa identidade, é o que melhor nos define.
         Nosso Estado ainda não decidiu o que é, para o que viemos e, menos ainda, o que queremos. Mas isso é necessário? Muitos dizem, e louvam,  que é melhor ser desenraizado, cultivar sempre o novo, devorar o que seja a última moda, e deixar o que é nosso de lado. Afinal, já é nosso. E aí tome a invisibilidade. Afinal de contas festejar o dia das bruxas americano, ou torcer por um time carioca ou europeu, é que é bom; Quanto a lê nossa literatura e escutar músicas de nossos compositores e cantores, nem pensar. Ponto para os ansiosos da aldeia global, destroem deliberadamente o que é nosso. 
         Tudo bem, não é facil falar em identidade cultural. A própria identidade cultural nacional é motivo de discussão constante. Mas também não se pode abandonar valores que nascem com a gente, concepções de mundo que só a nós dizem respeito, sejam justos ou injustos, certos ou errados, mas que nos dão coragem e força para construir nossa felicidade pessoal e coletiva, nosso mundo ideal no qual queremos viver.
         Talvez o desamor por nossa cultura, nossas coisas mais sublimes, seja um componente para a humilhação que sofre nosso Estado. Ora se aquilo que nos faz diferente e nos deu a vivencia, e que nos diferencia dos outros, é jogado as traças, supõe-se que todos podem fazer o mesmo. Portanto, precisariamos ter orgulho de nossas raízes culturais. Por que imaginamos que uma sociedade só se constróio na sua totalidade, se ao mesmo tempo,, construirmos a sua poética, o seu maginário, a contrapartida mitica e ficcional dessa mesma sociedade.
          Se o Piauí, e Teresina, sofrem de fragilidade economica, com fraco investimento e sem parque indústrial,  pode estar ai a descoberta de nossa criatividade, pois ninguém tem dúvida da criação de nossos artistas em todos os seguimentos culturais. E aí onde vem a contrdição. Somos tão produtivos e criadores, mas para que? melhor dizendo, para quem? Quem consume nossos produtos culturais? Agora, temos a impressão que seria na valorização daquilo que é nosso que perseguiremos o progresso social e cultural, expresso na melhoria das condições de vida de nossa gente, invertido no espirito de cidadania e de amor próprio.
            Sem perceber a valorização do que  aqui é produzido e que carrega no seu interior a nossa herança histórica e nossa expressão humana, o Piauí custará a sair dessa mesmice, onde dezenas de livros de nossos autores, milhares de cds de música ficam encalhados por falta de consumo. Claro, com o devido desconto daquilo que é importante, mas que o próprio consumidor diria. Ora, se tudo isso fica oculto, nunca visto, como vamos fazer o diferencial? Globalização é diferencial! Fazer o mesmo não dá midia, meme, nem rola na rede. 
          Não vamos fazer, também, uma ilha de isolamento, e curtir só o que é nosso, absolutamente. Mas é preciso que busquemos aquilo que nos identifica, e valorizarmos, e curtimos. Sem identificar aquilo que somos nosso eesforço perde o sentido.Vamos trabalhar dobrado. Identidade cultural não é uma utopia, ainda que cultiva-la seja quase isso. Para o Piauí, cheio de riquezas culturais, de um patrimonio imaterial rico, é quase uma questão de ser e existir.
           

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