segunda-feira, 16 de junho de 2025

DRAMATURGIA 03 - O SOM NO TEATRO

         No post anterior teve um lapso, ao invés de escrevermos designer de luz cravamos designer de som. Agora sim, vamos falar um pouco da sonoplastia no espetáculo de teatro, ou designer de som, ou trilha sonora e música incidental.

         Traçar um panorama histórico do teatro com a música ou o silencio, de forma rápida, fica muito a desejar. No entanto, aqui é apenas um inicio de um conversa. A questão remonta aos espetáculos gregos/romanos, passa pela gramática e o silencio do teatro oriental, pela Commédia Dell'Arte italiana até chegar ao romantismo e ao naturalismo. Temos ainda que distinguir a música no teatro e o teatro musical, este trata-sede composições especificas que intervém diretamente no espetáculo.

          Sem dúvida alguma a música, seja gravada ou ao vivo, a sonorização,  uma trilha sonora ou apenas uma música incidental tem relevância fundamental na manifestação teatral. Na história do teatro a música deu origem a vários formas teatrais, como a opereta, o café concerto, o teatro musical, o teatro de revista, e a ópera, genero mais especifico, com todas as suas derivações. 

         Ao profissional da sonoplastia/designer de som, o sonoplasta, cabe a pesquisa e o conhecimento de seu métier, sendo um dos profissionais mais requisitados nas produções dramaturgicas. Mesmo porque na articulação do espetáculo teatral, a sonoplastia, aliada a outros recursos usados no teatro moderno como a imagem cinematográfica, pode ser usada para sucintar diversas perspectivas dramáticas, como simples ilustração, acentuar clima romântico, poéticos e sentimentais, situações dramátcas criticas, clima de terrpr, efeito de distanciamento e outros.

         Termos como BG, Chicote, fundo musical, temas musicais, são repertórios usados pelos criadores da sonoplastia. No entanto, tudo deve ser usado com parcimonia e sensibilidade.Quem não se lembra de temais musicais ou alguma trilha sonora que tornaram inesquecíveis espetáculos  da dramaturgia.  

terça-feira, 20 de maio de 2025

DRAMATURGIA 2 - A LUZ DO ESPETÁCULO

                  Hoje se usa um termo moderno para designar a luz no teatro - designer do som, mas é a mesma coisa e o responsável pela iluminação no teatro é o iluminador ou o operador de luz.

                 Até o período do renascimento a iluminação para o teatro não existia, pois as peças eram apresentadas a luz do dia, no período diurno já prevendo a falta de luz. Depois vieram as lamparinas, os lampiões, as lampadas de azeite e velas de gordura. Imagine que isso muitas vezes gerava verdadeiras tragédias com com incendios nos locais de apresentações, e até mesmo em muitos teatros. 

                 Só em 1830 usou-se a lâmpada a gás no palco. Uma revolução no espetáculo teatral, com a iluminação cênica se juntando a outros signos do espetáculo interpretando sentimento e vida. O primeiro objetivo da luz no teatro é a visibilidades, claro. Mas quando se diz que a luz interpreta sentimento e vida, um simples exemplo basta- quando vemos uma luz vermelha em cena nos remete a tensão, violência, desastre.

                   O iluminador ao criar um mapa de luz já fez pesquisa das cores, já conversou com a direção do espetáculo, com a produção, viu equipamentos, tudo conforme o roteiro da peça. Pelo menos é o que se espera de um bom profissional. 

                 Uma boa luz dar o clima, o andamento, a atmosfera e realça momentos significativos do espetáculo. Com fusão de cores e efeitos especiais a peça cresce e alimenta a expectativa de quem está assistindo um espetáculo. Mudanças de cenas, se é dia, se é noite pode ser marcado por uma boa iluminação. 

                Com os imensos recursos de hoje, moving light, luz de led, o iluminador tem a sua disposição uma infinidade de possibilidades de criar uma boa luz. Dessa forma, ele pode ter á sua disposição elementos para criar foco frontal, contra luz, foco lateral, luz de chão ou de ribalta, para citar apenas alguns exemplos.

                Mas é bom lembrar que uma boa luz no teatro não é fazer pirotecnia. É acima de tudo estar em harmonia com o espaço, com as cores dos figurinos dos personagens e com a atmosfera da cena. 

                  Uma boa luz nos encanta com o encanto do teatro.

           

quarta-feira, 23 de abril de 2025

DRAMATURGIA 1 - VESTIR O PERSONAGEM

                O figurino de um personagem é muito importante para sua identificação e para criar uma empatia com o público. Portanto, vestir o personagem torna-se tarefa profissional. Neste sentido, o figurinista é um dos profissionais mais requisitados para o teatro. Muitas vezes já está explicito no texto teatral pelo dramaturgo como se deve vestir o personagem. E uma das principais caracterização nesse sentido é dada pela profissão. Médico, advogado, bombeiro, empresário, ou seja, o figurino pode identificar perfeitamente a profissão da personagem. Mas isso é muito comum, e os bons figurinistas geralmente dão seu toque de criatividade.

                  Existem textos, no entanto, que é preciso uma pesquisa mais densa sobre como vestir o personagem. Geralmente esses textos são futuristas e ai a criatividade do figurinista e que vai determinar o sucesso ou não do figurino do espetáculo, seja ele na dramaturgia teatral, televisiva ou cinematográfica. Por isso é que a profissão de figurinista se torna tão importante na composição de um espetáculo. E geralmente essa é uma das funções em que o diretor do espetáculo menos dar suas dicas, creditando ao profissional sua total liberdade.Imaginemos espetáculos passado no século anterior e, portanto, pensar como as pessoas se vestiam. Ai vai, então, restar ao figurinista a responsabilidade de pesquisar de como aquelas pessoas se vestiam ou de como a própria sociedade se comportava quanto aos seus hábitos de se vestir, inclusive, na hierarquia social.

                 Outro fato importante no vestir o personagem para o teatro é pensar em cores. Como no teatro existe iluminação ara sinalizar tempo, atmosfera ou passagens, a cor do figurino é importante para não destonar ou ir de encontro a iluminação do próprio espetáculo. Muitas vezes o figurinista quer dar destaque a um figurino e suas cores e isso vai de encontro a luz do espetáculo. Portanto, é preciso também estar de acordo com a luz e o próprio ambiente do espetáculo. A não ser que o desejo do profissional seja outro. Mas ai já é outra história.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

O ENSINO DO TEATRO NA ESCOLA

        O teatro está inserido no ensino da educação básica como uma das modalidades artisticas. Quanto ao cumprimento ou não dessa norma é outra discussão. O importante seria reconhecer o teatro como condutor no desenvolvimento do aluno. 

       Na escola o ensino do teatro possibilita uma grande janela de abertura de horizontes para os estudantes. Não é ilusão pensar na descoberta de verdadeiros talentos para as artes cênicas no chão da escola. No entanto, esse não é o fim do ensino do teatro na escola, ainda que seja uma das possibilidades. Dentre as inúmeras vantagens do ensino do teatro na escola está a formação do cidadão para usufruir de bens culturais formando um público consciente de fruição da arte. Se ele vai continuar no muno do teatro depois da escola, o campo fica aberto e depende da vontade e do talento de cada um.

         O ensino do teatro na escola poderia ter o mesmo caráter qualquer disciplina, obvio que guardando as devidas peculiaridades, e não deixando de reconhecer alguns aspectos diferenciais entre um ensino e outro, ainda mais quando se sabe que a arte no país ainda passa longe de ser reconhecida como uma profissão sustentável. É a falta desse reconhecimento que tanto gera controvérsias e discussões. Discute-se a vontade do aluno em  querer ser artista ao invés de médico ou engenheiro.

            Mas o menino  que quer estudar para ser médico ou engenheiro não demonstra também essa tendência? E a menina que quer ser professora ou enfermeira já não brinca também com essas profissões? Porque na arte seria diferente? Muitos falam de um dom divino na arte, mas esquecem-se do investir-se de querer ser, do talento e da lapidação técnica desse talento.

            Precisa-se conhecer com mais propriedade os fundamentos do teatro na escola. Neste sentido, pode-se inúmerar varias possibilidades que o teatro tem de desenvolver o ser humano. Questões como socialização; confiança na capacidade de agir; descoberta da criatividade, e por ai vai,tudo está inserido nesses fundamentos.

          Formar cidadãos conscientes para usufruir de bens culturais vai gerar um público consumidor de cultura e girar a roda da arte, pois ninguém gosta do que não conhece. O ensino do teatro na escola, portanto, teria que ser fomentado em todos os seus aspectos de formação, sejam sociais, humanos e mesmo pedagógico.       

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

OUTRA DOS TEMPOS DE CHUMBO

                     Nos anos setenta, precisamente em 1972, o exercito brasileiro fez um exercício de uma tropa na cidade de Pedro II, estado do Piauí. O exercício dos soldados constava de um agrupamento contra outro agrupamento, onde um grupo de soldados - chamados de legalistas-tentaria prender outro grupo de soldados - chamados de subversivos. Uma paranoia das forças armadas da época.

                    A cidade de Pedro II Naqueles tempos era muito pacata, e a população até saldou e deu vivas ao exercito. Mas ninguém sabia do verdadeiro motivo da presença de tantos soldados na cidade. Passava mais como uma presença festiva. O comando da tropa entrou em contato com o prefeito, naquele período o doutor José de Castro, para tranquilidade de todos os cidadãos.

                   Os dois agrupamentos de soldados foram divididos nas suas funções e começaram os exercícios da tropa, conforme o plano de aprisionar o grupo de soldados subversivos. Acontece que a prefeitura municipal deu uma recepção de saldação ao comando do exercito, com almoço de boas v