terça-feira, 3 de agosto de 2021

A HISTÓRIA DA FOTO - 2

 

 

                 A foto é do ano de 1980 na cidade de Amarante, Piauí. Era o I Encontro de Cultura de Amarante, promovido pela Universidade Federal do Piauí com o apoio da prefeitura local e de vários orgãos e entidades culturais, entre elas a Federação de Teatro Amador do Piauí. Cabia  a Federação de Teatro a organização de espetáculos e de cursos de teatro. Coordenava o Encontro, o professor Noé Mendes

                A foto foi tirada por José da Providência, um grande amigo, diretor de teatro e chefe do setor de teatro da Coordenação de Assuntos Culturais, da Universidade Federal do Piauí. No espaço ia acontecer uma oficina de teatro - Teatro Fórum, de Augusto Boal. Eu e Providência chegamos cedo ao local, como organizadores da oficina. Conversa vai, conversa vem, começamos a lembrar do teatro de Augusto Boal, o dramaturgo e teórico do Brasil que revolucionou o teatro mundial. Então, Providência propôs que nos fizessemos uma composição de personagem, tendo em vista que o material estava ali, pois fazia parte da oficina. E assim fizemos. A foto é a composição de um Rei Angolano, sem nome. 

                 Mas na conversa antes da oficina sobre o teatro fórum, eu e meu amigo, lembramos de um fato curioso sobre Augusto Boal. Naquele mesmo ano de 1980, no mês de agosto, tínhamos participado de um Fórum de Teatro Nacional, em Salvador, Bahia. Quem estava lá ministrando um curso sobre seu teatro? Augusto Boal, recém chegado ao Brasil. Inclusive ele estava com uma trupe francesa de atores. Algumas atores do Piauí, que também participavam do fórum, se inscreveram no curso, entre eles eu e Providência. 

                  No primeiro dia do curso, no Teatro Castro Alves, eu e meu amigo chegamos foi cedo no local. A entrada ao Teatro se daria pelos fundos. Então, nós entramos e, para nossa surpresa, vimos vindo ao nosso encontro por um corredor o próprio Augusto Boal, com aqueles cabelos característicos. Providência, mais timído do que eu, ainda quis voltar, no entanto, não tinha mais jeito. Quando nos encontramos Augusto Boal abriu um sorriso, e perguntou se íamos participar do curso. Providência ficou mudo. Falei que sim, e aproveitei, não sei porque, para dizer que éramos do Piauí. Augusto Boal agradeceu e disse que o curso começaria logo.

                 Foi uma saga. Como a própria fotografia.

               

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