quinta-feira, 14 de maio de 2020

A CLASSE CULTURAL PEDE PASSAGEM -FINAL


         Lembramos que o Ministério da Cultura foi criado a partir de debates e que correspondeu, em tese, a consolidação de uma estrutura aberta e democrática, a partir dos orgãos existentes, em via de aperfeiçoamento. Agora vem a criação desses novos orgãos culturais que é uma incógnita quanto a suas competências e até mesmo composição.
         Este artigo vem no momento em que entidades artistico-culturais da sociedade civil piauiense promovem o I Encontro de que se tem noticia por aqui, entre artistas, intelectuais e o povo, com os candidatos a governo do Estado. E, para que possamos refletir, é bom lembrar que  o documento que vamos apresentar aos senhores candidatos procura colocar a cultura no mesmo nível de discussão em que é colocado a indústria dentro da sociedade, para que possa fazer parte dessa engrenagem e que, na mesa do planejador, não estejam apenas objetivos econômicos, mas também objetivos culturais, gerando para a sociedade não só valores materiais mas valores espirituais. 
            A produção cultural deve ser fomentada com mecanismos realistas que assegurem sua continuidade e que não fiquem a mercê de interesses ou influências de momentos de qualquer espécie. Ao Estado não cabe se ausentar de seus deveres constitucionais para com a cultura, mas sim exercer papel fomentador do processo cultural, em seus aspectos amplos, corrigindo distorções onde as houver e ajudando áreas culturais mais vulneráveis. Nestes sentido, o documento também procurar evitar distorções, uma vez que incentiva a participação da sociedade civil nas demais obrigações com a cultura, deixando  a participação do ente público mais livre no incentivo direto a cultura fomentando a recuperação ou mesmo criação de espaços culturais, e criando infra -estrutura para a produção cultural.
             O Estado não tem o poder mágico de solucionar problemas tão complexos como os da cultura, ou mesmo de qualquer outra área, no entanto, sem dúvida, é preciso definir metas, caminhos, que até hoje não foram traçados com o devido respeito, gerando resultados insatisfatório. O documento Plano Para Uma Politica Cultural do Estado trás em seu conteúdo uma redefinição e aponta para novos caminhos na área cultural. A classe cultural piauiense, no surgimento de um novo período para o Estado, saberá agir com maturidade aproveitando, também  esse novo ciclo que irá se apresentar.

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