Todos nós da sociedade civil esperamos, em cada eleição, escutar as propostas dos candidatos a cargos políticos, seja de vereadores, prefeitos, deputados, senadores ou governadores. A eleição deste ano é para os cargos de vereador e prefeito. É sempre bom refletir sobre o que os candidatos falam ou, melhor ainda, sobre o que eles prometem.
A nós artistas, produtores culturais, escritores, criadores de arte não é diferente a expectativa das propostas para o desenvolvimento do setor cultural. Pena é que nos últimos anos a desmobilização da classe em relação as eleições municipais de Teresina, é simplesmente gritante. Alguém pode até perguntar, mais já houve mobilização da classe artística de Teresina em relação a eleições municipais? Claro, que sim. Basta dizer que a Fundação Cultural Monsenhor Chaves foi criada da mobilização da classe; Basta citar, também, que toda a programação de eventos culturais dessa mesma Fundação foi solicitação da classe, através do Sindicato dos Artistas, implantada há mais de vinte anos atrás.
O problema, e é uma opinião nossa, é que a administração municipal de Teresina envelheceu nesse setor, e há mais de vinte anos não propõe coisas novas, não avalia o que existe e, ainda por cima, acabou com alguns programas existentes. Veja alguns: Lei A. Tito Filho não existe mais, ela que é um verdadeiro instrumento de apoio a produção cultural; Acabou-se com os Festival Nacional de Monólogos, Salão de Artes Plásticas de Teresina, Salão de Fotografia, Festival de Cinema e Vídeo, entre outros. E não se deu alternativas para outros eventos. Louve-se para não errar, a residência artística na área de artes plásticas.
No entanto, o problema maior é que se você for ver as propostas dos candidatos, de todos eles, para a área cultural, é uma repetição da repetição da repetição. Absolutamente nada de novo. Vejam, Teresina é a única capital do pais que não tem um evento cultural a nível nacional. Somos invisíveis. Nesse sentido, parece que cabe ao Estado preencher as lacunas culturais do município. Até mesmo o único evento a nível nacional e internacional existente no município, este na área de teatro, é realizado por um grupo de teatro. Diga-se de passagem sem nenhuma ajuda do munícipio.
Portanto, é uma pena que os candidatos não tenham se inteirado do setor cultural. Não se falou em marcos regulatórios: Lei do Patrimônio municipal; Sistema municipal de Cultura; Lei de Incentivo Municipal - Mecenato, ampliando o Fundo Municipal de Cultura; Conselho Municipal de Cultura, hoje inexistente; Plano editorial do município; Profissionalização do setor e regularização de editais culturais. Quer dizer, ficaram repetindo, e alguns deles sem conhecimento, de atividades corriqueiras da Fundação Cultural do Município. Uma pena.
E assim, a classe fica que como perplexa, sem reação. Uma pena para uma capital que beira a um milhão de habitantes, e que a cultura parece uma coisinha de menos importância para a vida das pessoas.
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