Está tudo bem com o povo da cultura? Todo mundo criando, produzindo, apresentando? Pois é, até parece que está tudo bem, mas tenho a impressão que são só aparências, ou melhor dizendo: tudo é silencio, e o manto do silencio faz as coisas parecerem normais.
Vou me deter mais especificamente ao teatro, minha praia. Mas isso, também, servirá para todas as áreas artisticas, afinal de contas estamos no mesmo barco, ou melhor dizendo, no mesmo Estado, mesmo lugar, mesmo chão. O que bem poderia ser no mesmo estado, de penúria. Será isso? Sei lá pode ser que tenha algum artista em extase de felicidade, e a gente não saiba. E aí esse artigo passará como puro ranço, pra ele, claro. Mas como nada é unanimidade, tanto faz. Depois como é bom ter um blog, escrevemos o que queremos e não corremos o risco de pegar um brogue.
Vamos começar pelas leis de incentivo. No Piauí, elas, pelo contrário, desestimulam. A Lei A. Tito Filho, do municipio de Teresina ainda não pagou os projetos do ano passado, e é por que todo mundo está correndo pra lá. Realmente, tinha aquirido uma certa credibilidade até chegar alguém como gestor e parar tudo. Porém, nada como um dia depois do outro. As leis ficam os gestores passam. O da Fundação Monsenhor Chaves já passou. O Sistema de Incentivo à Cultura, do Estado, se perdeu no tempo: durante oito anos do governo petista não saiu do papel. Só para se ter uma idéia ainda não pagou os projetos contemplados em 2008, haja paciência, e saco, hem! Mas também queríamos o que com tanta promessa de salvação da pátria? Não era o
PT que ia fazer a redenção cultural do Piauí? Fez? Não é por nada, não. No entanto, me pareceu uma das piores gestões neste setor. Afora os tambores, quilombolas e a negritude, que eu também adoro, a coisa desandou. Até pareceu um certo òdio, ou uma vingança maligna contra todos aqueles que há mais de vinte anos fazem cultura. Aliás, teve uma proposta terrível do inicio da gestão cultural do PT no estado que era: ninguém com mais de vinte anos de cultura terá vez. Quem sabia dessa? Será que botaram isso em prática gente?
Bem, mas nós da cultura temos culpa. Somos parados politicamente. Só enxergamos o próprio umbigo, e nem na hora do aperto nos juntamos. Sindicato pra que? Federação de Teatro pra que? Acabamos com tudo, não temos forum de nada. E o pau comendo nos couros, principalmente dos novos talentos, os descobertos pelos festivais, pelos concursos literários, pela vontade de fazer. Esses, coitados, não tem pra onde correr. Vamos para por aqui tá? Quem quizer fazer coro comigo, espernei, eu faço isso do meu modo. E só me expresso assim, mesmo nese tipo de veículo global quando a coisa está preta. Alguém da cultura acha o contrário?
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